“São as ideias que promovem a paz ou fazem as guerras.”
Tido por muitos como um autor motivacional ou de autoajuda, fato é que Augusto Cury se tornou um dos autores mais lidos da atualidade com sua forma envolvente, cativante e simples de narrar fatos e descrever emoções e sensações complexas. Bom, já deu pra perceber que sou fã, né?
Recentemente, concluí a leitura do segundo volume de um de seus romances (O Colecionador de Lágrimas – volume 1 e Em Busca do Sentido da Vida – volume 2) e quero contar aqui um pouquinho das minhas impressões.
“No dia em que um professor deixar de provocar a mente de seus alunos e não mais conseguir estimulá-los a pensar criticamente, estará pronto para ser substituído pelo computador”
Sim, é um romance, e sim, como grande parte de suas obras, o personagem principal faz alusão a alguém famoso, desta vez Júlio Verne.
De modo geral, tentando não dar muitos spoilers, Júlio é um conceituado professor de história que, em certo momento, começa a ter pesadelos com fatos e pessoas que ele nunca vivenciou ou conheceu na vida real, fatos e pessoas do período da segunda guerra mundial, em geral, na Alemanha nazista. Fatos e pessoas totalmente estranhos em sua história pessoal. Ao menos, era isso que ele pensava, até ser procurado por um grupo de renomados cientistas e ser convidado, devido seu conhecimento do período histórico em questão, para uma viagem no tempo cujo único objetivo era eliminar Hitler antes que este atingisse o poder.
“Em tempos brandos é fácil repudiar políticos psicopatas, mas em tempos de estresse socioeconômico quem tem consciência crítica para contrapor-se a eles? Você tem?”
A narrativa é envolvente e emotiva. Repleta de detalhes históricos, o autor faz uso de seu conhecimento como pesquisador e psiquiatra para explorar e desvendar a personalidade dos personagens, em especial da figura misteriosa que levou a morte a milhões de judeus, homossexuais e tantos outros.
Há algumas lacunas na história. Um personagem precisa da ajuda de vários outros para realizar certas “coisas” na história, aí vem o bandido e faz a mesma coisa sozinho e sem muita explicação de como fez. Mas, convenhamos, são meros detalhes que apenas um leitor muito atento e detalhista irá perceber e não comprometem no desenrolar da história, até porque o objetivo principal é mostrar como a educação pode impactar gerações para o bem ou para o mal, e isso é muito bem feito.
“A violência não é causada apenas pela ação dos tiranos, mas também pelo silêncio dos que se calam.”
Pessoalmente falando, não gostei do final da história, contudo, não consigo imaginar um final diferente tendo em vista o objetivo principal da história, relacionado à educação e seu poder de transformação.
Bem, se você procura um livro de leitura agradável, que ao mesmo tempo enriqueça seu conhecimento de história e te ajude a entender melhor emoções e sensações, compreendendo melhor aos outros e a sí mesmo, então este romance é uma boa indicação.
Seja este ou outro, leia. Não há melhor combustível para sua mente.
Colaborador: Antônio Júnior, Manaus, AM.
Abraços e até o próximo 🙂
“… palavras profundas ditas por pessoas anônimas podem não ter grande destaque, e palavras débeis ditas por celebridades acabam adquirindo um status elevado.”