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Eu, Robô

Eu, Robô – Isaac Asimov

Uma ficção científica leve, envolvente e por vezes engraçada. Personagens que se vêm diante de problemas que precisam ser resolvidos com extrema urgência, colocando a vida deles próprios e de outras milhares de pessoas em risco caso não consigam resolver. Um livro publicado pela primeira vez em 1950, mas com uma criatividade e riqueza de detalhes que um leitor desinformado o consideraria inédito nos dias de hoje.

Livro “Eu Robô” de Isaac Asimov

Este livro é composto por nove histórias de ficção científica, escritas por Asimov nas décadas de 30, 40 e 50. Até então, os robôs eram retratados nas histórias como vilões. Criaturas de ferro e circuitos criadas pelo homem para ajudar o homem. Contudo, em certa altura, se rebelam, criam sua própria consciência e passam a enxergar o homem como inimigo, iniciando uma guerra a fim de destruí-lo.

Asimov pensa uma ficção científica diferente. Uma ficção científica onde os robôs vivem em harmonia com os humanos, apesar da resistência destes.

Nas histórias de Asimov, são comuns cenários de alto risco para trabalhadores humanos, tanto no planeta Terra quanto em outros planetas e galáxias.

Asimov pensou não apenas em máquinas inteligentes, mas máquinas que pudessem prever e perceber o perigo de forma muito mais rápida e acertada que os próprios humanos, consequentemente agindo de forma rápida e eficaz.

A fim de evitar a rebelião das máquinas, tão temida pela humanidade, Asimov cunhou o que veio a ser conhecido como as três leis da robótica:

  1. Um robô não pode ferir um humano ou, por inação, permitir que um humano sofra algum mal;
  2. Os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei;
  3. Um robô deve proteger sua existência, desde que não entre em conflito com as duas leis anteriores.
Robôs humanoide e cão

Assim, com três rigorosas leis, Asimov construiu seu universo seguro e povoado por todo tipo de robôs.

Voltando ao livro, os contos são apresentados de uma forma muito natural. Um jornalista está entrevistando Susan Calvin, uma psicóloga roboticista em fim de carreira que passa a narrar suas aventuras desde que iniciou as atividades na empresa de robótica.

É fascinante como ela, com seu conhecimento de psicologia, consegue interpretar as leis da robótica e usar o raciocínio lógico para resolver inúmeros problemas. No conto “Um robozinho sumido” isso fica claro de forma primorosa.

No referido conto, alguns robôs foram fabricados com algumas alterações na importância das leis da robótica, flexibilizando-as a tal ponto de um robô não se sentir obrigado a agir quando perceber um humano em perigo, ação um tanto arriscada e questionável. Isso porque, numa determinada estação espacial, os trabalhadores humanos tinha de realizar algumas tarefas que os expunham à radiação solar,. Como a radiação solar podia ser fatal a depender da intensidade e duração da exposição, um dos robôs sempre entrava em ação forçado pela primeira lei, retirando o trabalhador do local e impedindo que o trabalho fosse concluído.

Acontece que, enquanto uma nave fazia a entrega da última remeça dos robôs alterados para a estação, um desses mesmos robôs que já estava trabalhando simplesmente desapareceu. Os pesquisadores passaram longos dias tentando encontrar o robô, na verdade sabiam onde ele estava, mas não sabiam qual era.

Acontece que a nave faria uma outra entrega na Terra de 62 robôs idênticos, exceto pelo fato de não possuírem nenhuma alteração nas leis da robótica, mas, havia no depósito da nave, 63 robôs exatamente iguais.

Após longos interrogatórios, concluíram que um dos 63 robôs estava mentindo. Aí entrou a Susan, com toda sua genialidade, interpretando as leis da robótica, deduzindo que o robô fujão apenas estava obedecendo ordens, ou seja, fazendo o que foi feito para fazer. Muita lógica e suspense foram necessários para descobrir qual dos 63 robôs era o fujão.

Outro conto genial retrata uma corrida eleitoral entre dois candidatos. Um deles, percebendo uma derrota iminente, começa a apelar para todos os recursos a fim de derrubar seu concorrente. Sabendo do medo dos humanos em ter robôs circulando livremente nas cidades, começou a espalhar boatos de que seu concorrente seria um robô, boatos que logo surtiram efeito.

A certa altura, o candidato difamado acabou por agendar um pronunciamento em praça pública para o eleitorado, com a fim de esclarecer as coisas.

Como era de se esperar, dado o ambiente onde toda a história se passa, uma multidão se apertava nas ruas com faixas, cartazes e muita gritaria, pedindo sua saída. Por fim, um homem invade o perímetro de segurança gritando:

– Me bata então, se você não é um robô me dê um soco.

O candidato fica em silêncio, de cabeça baixa. Fecha a mão, e dispara um soco bem no meio do peito do homem, que cai estatelado para trás.

Assim, todos vão para casa convencidos de que o candidato é humano, afinal, a primeira lei da robótica é infalível, ela jamais permitiria que um robô desse um soco em alguém, a menos que esse alguém fosse outro robô.

Bom, já falamos demais. Fica aqui a dica de leitura desse excelente livro de ficção.

Já o leu? Conte pra gente o que achou.

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Wagner Gaspar

Capixaba de São Gabriel da Palha, Espírito Santo. Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Amazonas e mestre em informática pela Universidade Federal do Espírito Santo.