Ernest Cline
Ed. Leya
2019
O livro conta a história de um grande nerd, gênio da tecnologia, responsável pelo desenvolvimento do Oasis, uma plataforma virtual onde a humanidade passava a maior parte de seu tempo.
Ao morrer, James Halliday deixa um easter egg escondido no jogo, criando assim, milhões de caça ovos mundo afora. Quem encontrasse o easter egg herdaria sua grande fortuna e os direitos sobre o jogo Oasis.
Steven Spielberg se baseou neste livro para produzir o filme de mesmo nome. Contudo, ele literalmente se baseou, porque a história do livro é muito, mas muito diferente, e muito melhor claro.
No filme, o primeiro desafio era vencer uma corrida onde o king kong amassava todos os carros. No livro, é completamente diferente. Não existe corrida, não existe king kong e muito menos uma corrida ao contrário ou uma corrida de ré. O desafio é completamente diferente.
No filme, Perzival é muito mais babaca. Não que no livro ele não seja, apenas não é tão babaca (além de ser um grande haker). Ao vencer o primeiro desafio e encontrar a chave de cobre, ele conhece Art3mis, uma blogueira caça ovo por quem já mantinha uma paixão secreta. Ambos iniciam um relacionamento virtual e, em certo momento, tomado pela paixão, Perzival acaba dizendo seu nome verdadeiro. É assim que os seis descobrem quem ele é na vida real.
No livro, a história é bem mais fundamentada e em nenhum momento ele diz o nome dele. Os seis descobrem quem é o Perzival na vida real porque ele era um estudante e frequentava uma escola pública no Oásis. Qualquer aluno poderia se transferir de uma escola do mundo real para uma escola no Oasis. Contudo, era necessário apresentar sua documentação real a fim de garantir a identidade do aluno. Foi dessa forma, subornando diretores de algumas escolas, que os seis conseguiram descobrir quem era o Perzival na vida real.
Falando novamente sobre o Perzival, ele é tão babaca que, depois que Art3mis percebeu que eles tinham perdido o foco completamente, ela se afasta com o objetivo de se concentrar na busca. Ele, por outro lado, entra em depressão e passa praticamente 5 meses tendo relações com uma boneca inflável ao invés de tentar resolver a charada que tinha na chave de cobre.
A história se passa em um futuro não tão distante. A humanidade consumiu todas as reservas energéticas do planeta e toda a humanidade está passando por uma profunda crise econômica. A pobreza se espalhou por praticamente todos os continentes. As grandes cidades incharam ainda mais com o surgimento de enormes favelas construídas apenas com trailers sobrepostos formando as pilhas, que inclusive era onde o Perzival morava.
A maior parte da humanidade está frustrada com a vida que leva, a crise econômica e o desemprego. Dessa forma, a humanidade passa a maior parte do seu tempo livre ou todo seu tempo livre na plataforma Oasis, onde eles poderiam ser literalmente o que eles quisessem ser.
Um ponto muito interessante que passa batido no filme é que, apesar da humanidade ter evoluído muito tecnologicamente, os preconceitos arraigados no coração humano ainda permanecem. Um dos personagens principais é uma mulher negra e homossexual, ou seja, preconceito em dose tripla.
Seguindo um conselho da própria mãe, ela criou seu avatar como homem e branco. Isso tornaria as coisas mais fáceis. Sua própria mãe, que dependia de um emprego virtual no Oasis, também tinha criado seu avatar masculino e de pele branca.
No livro esta parte é bem trabalhada e é gratificante ver como que a amizade de anos entre eles se sobrepõe aos padrões da sociedade.