Quando falamos em memória, a primeira coisa que precisa ficar claro é de qual memória estamos falando, sim, porque o HD (Disco Rígido, derivado do inglês Hard Disk) também é uma memória! Mas vamos com calma.

De início entenda o seguinte, a inspiração para as memórias digitais é a própria memória humana, assim, tudo que é utilizado para armazenar informações é, em sua essência, uma memória, por isso o HD de seu computador é uma memória, o CD, o DVD, o finado disquete, o pen drive, todos são memórias. Vamos então às diferenças.

Existem memórias que são “não voláteis”, ou seja, quando a alimentação (corrente elétrica) é cortada, os dados não são perdidos, eles permanecem salvos e podem ser acessados futuramente. Em outras palavras, quando você desliga o seu computador, tudo que você possui em seu HD permanece lá, quando você remove seu pen drive do seu computador, da mesma forma todos os documentos estão salvos.

Outros tipos de memória são “voláteis”, ou seja, ao cortar a corrente elétrica, todas as informações são perdidas. A memória principal do seu computador, ou do seu celular, está nesta categoria. Ao serem desligados, esta memória é zerada.

Aí talvez você se pergunte:

Mas, se o HD é que armazena todas as minhas informações e programas, para que serve então a memória principal?

De fato, todas as suas informações, inclusive seus programas de computador (softwares) ficam salvos no HD. Este pode ser entendido como uma estante de livros. Instalou um novo programa, mais um livro foi adicionado à sua estante. Criou um novo documento, mais um livro foi adicionado à sua estante. Observe que, em uma estante, cada livro tem sua posição única e dois livros jamais podem ocupar o mesmo lugar. Isso é fisicamente impossível. No HD ocorre da mesma forma: cada “coisa” tem sua posição no HD e jamais podem ocupar o mesmo lugar que outra, ao menos nas arquiteturas de hoje.

Voltando ao nosso exemplo, o que fazemos quando queremos ler um livro que se encontra em nossa estante? Vamos até a estante, localizamos o livro, o pegamos, e procuramos um lugar adequado para a leitura de um livro, uma mesa por exemplo. Observe que nós não “entramos” na estante para ler o livro, esta serve apenas para o armazenamento dos livros.

A memória principal por sua vez pode ser entendida como a mesa, é um espaço de trabalho. Quando você clica duas vezes sobre o ícone de um programa ou arquivo, o sistema operacional do seu computador vai até o HD, localiza onde está o que você deseja abrir e carrega para a memória. Assim ele pode manusear aquela informação como você pode manusear um livro sobre uma mesa.

Porém, se você é humano como eu e vive no planeta Terra, você bem sabe que toda mesa, por maior que seja, possui um tamanho limitado. Você pode ir pegando livros em sua prateleira e colocando sobre a mesa, lendo um, lendo outro, porém, em algum momento, a sua mesa não vai suportar mais livros e você terá de guardar algum se quiser pegar outro.

Com a memória principal do seu computador ocorre da mesma forma. Você pode abrir vários programas, vários arquivos, acessar a internet, ouvir música, tudo “ao mesmo tempo”, cada tarefa pode ser entendida como sendo um livro aberto sobre a mesa, mas como dito, a mesa tem um tamanho limitado, 1GB, 2GB, 4GB. Cada item aberto ocupa um pedaço da memória (da mesa). Quando a mesa está cheia, seu computador fica lento, demora responder, aí você precisa fechar algumas coisas (devolver alguns livros à prateleira) para melhorar o desempenho.

Pense o seguinte: uma mesa muito cheia, muito bagunçada, atrapalha o trabalho e torna as coisas mais lentas.

IMPORTANTE: Se seu computador está lento, saiba que há inúmeras possibilidades para explicar isso, muitas coisas abertas é apenas uma delas. Já vi situações em que apenas o sistema operacional estava em funcionamento e a máquina parecia uma verdadeira “jaca”. Lentidão pode ser causada por desgaste natural das peças, alguma peça com mal funcionamento, alguma atualização problemática do sistema operacional, algum outro programa não funcionando adequadamente e ainda os nossos desprezíveis e detestáveis vírus que podem ser adquiridos de diversas formas, mas isso é assunto para outro post.

• Um agradecimento especial ao meu amigo e colega Antônio Júnior de Manaus pelo tempo dedicado à revisão deste artigo.