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Variáveis e constantes. São de comer?

Está aprendendo a programar ou pensando em iniciar os estudos nesse mundo louco da computação? Pois então seja bem-vindo e saiba que altas aventuras lhe aguardam.

Uma das primeiras dificuldades que alguém que está iniciando nesse mundo estranho pode ter é entender alguns nomes que não fazem parte do dia a dia em conversas formais (exceto se você é um nerd e vive entre nerds, então provavelmente caiu aqui por puro acaso e tenho cá minhas dúvidas da utilidade que este post pode ter para você).

Voltando aos termos, mais complicado ainda pode ser a própria compreensão do que eles significam. Cá entre nós, quem nunca passou raiva com o maldito “juridiquês”? Quem nunca se sentiu um analfabeto ao ler algum documento jurídico e não entender uma mísera linha? Então, fugindo do “programaquês”, vamos esclarecer algumas definições. Nos acompanhe.

O que são variáveis na programação de computadores?

Pense aqui comigo. Você provavelmente já viu um armário de caixa postal do correio, certo? Basicamente é um grande armário com várias pequenas caixas. Na frente, todas possuem portas com uma fechadura para que apenas o proprietário possa abri-la, e na parte de trás todas são abertas para que o carteiro posso colocar as cartas (cartas, que coisa velha rsrsrs).

Armário de caixa postal de correio

Podemos aqui comparar a memória do computador a uma grande caixa postal. A memória nada mais é do que uma peça, uma placa física que possui inúmeros espaços de mesmo tamanho, semelhante à um armário de caixa postal.

Quando estamos programando, por mais simples que seja o código que estamos criando, precisamos armazenar informações, dados na memória. Imagine que você está escrevendo um pequeno programa que recebe dois números, os soma, e guarda o resultado na memória. Se dois números serão somados, eles devem estar na memória do computador, logo eles estão ocupando duas caixas de nossa caixa postal ou, duas posições de memória, se queremos guardar o resultado, então precisamos de uma terceira caixa para isso.

Bem, acabamos de descrever a utilização de três variáveis. Numa definição mais formal podemos dizer:

“Uma variável é uma região da memória utilizada para armazenar dados, semelhante a uma caixa postal do correio que guarda cartas”

Assim como uma caixa postal do correio é identificada por um número único, uma posição na memória do computador também possui seu endereço único, um endereço meio bizarro pra falar a verdade (F2A7 é um exemplo de endereço hexadecimal).

Bom, provavelmente não preciso falar muito para lhe convencer que seria difícil lembrar de endereços como este enquanto se escreve um programa de computador, pior ainda quando o programa é grande e se tem várias variáveis. Assim, na maioria das vezes, não precisamos nos preocupar com o endereço da variável, o computador faz isso de forma bem eficiente (graças a Deus e a muitos programadores do passado). A verdade é que toda vez que criamos uma variável, damos um nome (identificador) a ela, e é por esse nome que acessamos o endereço desejado durante todo o programa.

Alguns caracteres não são permitidos em nomes de variáveis, e isso pode variar de uma linguagem para outra. A melhor estratégia ao nomear variáveis é usar o bom senso, por um nome que ajude a identificar o que é e para que serve aquele dado.

Voltando ao nosso programa de soma. Nós temos três variáveis que poderiam ser: numUm, numDois e numTres (Sempre sem acentos, pelo amor de Santo Cristo!). Observe que você pode dar o nome que for mais adequado, o objetivo é que você se lembre desses nomes enquanto escreve seu código.

Outro detalhe é que, apesar de não ser uma regra, a maioria das linguagens de programação são tipadas (olha o programaquês aí rsrs). Basicamente, isso significa que você precisa dizer qual o tipo da variável que você criou, ou seja, serve para guardar um valor numérico inteiro? Fracionário? Uma letra? Muitas letras?

Assim, concluímos os dois passos necessários para criar uma variável, dizer o tipo (que tipo de dado ela irá receber) e seu nome. Abaixo temos como exemplo a declaração de três variáveis na linguagem de programação C, uma do tipo inteiro (número inteiro), uma do tipo float (número com vírgula) e uma do tipo char (caractere).

int num = 1;
float valor = 3.15;
char letra = ‘a’;

Como mencionado anteriormente, algumas linguagens de programação não são tipadas, ou seja, você não precisa dizer qual o tipo de dado a variável irá receber. Nesse caso, a variável aceita qualquer dado que lhe seja atribuído. Assim, é necessário tomar muito cuidado a fim de evitar erros, tendo certeza de que tipo de dado a variável possui. Abaixo temos a definição de três variáveis em JavaScript. A primeira contém um número inteiro, a segunda um número fracionário e a terceira um caractere. Observe que nenhuma delas possui a definição de tipo.

var num = 3;
var num2 = 3.58;
var letra = ‘g’;

Uma variável pode mudar de valor inúmeras vezes durante a execução de um programa, porém sempre recebendo um valor compatível com seu tipo, ou seja, se a linguagem é tipada e a variável é do tipo inteira, ela só pode então receber números inteiros.

Agora, imagine um programa que monitora a temperatura do ambiente por algum sensor e guarda esse valor em uma variável. Esta irá mudar de valor inúmeras vezes ao longo do dia, mas… e se precisarmos de uma variável que não varie, que não mude de valor? Então estamos falando de constantes.

O que é uma constante?

Uma constante é uma variável, pois também é uma região de memória que irá armazenar algum dado. Porém, diferentemente de uma variável comum, o dado que ela armazena será sempre o mesmo, ou seja, não sofre mudança durante a execução do programa.

Observe que “constante” é um conceito, assim, você pode criar uma variável, atribuir um valor e não a alterar mais. Porém, especialmente quando o código fica extenso, provavelmente você irá esquecer que aquela determinada variável não deveria mudar de valor e vai acabar alterando seu valor em algum momento, o que pode gerar sérios problemas. Assim, as linguagens adotaram formas de assegurar que ao definir uma constante, seu valor não seja mais alterado. Abaixo podemos ver dois exemplos da definição de constantes na linguagem de programação C. Como boa prática de programação, é recomendado nomear as constantes com o nome todo em maiúsculo, isso ajuda a diferenciar as constantes das demais variáveis no código.

//declaração da constante
#define PI 3.14159265359;
#define ICMS 0.18;

Mas as constantes são necessárias?

Imagine que você está desenvolvendo um programa para cálculos matemáticos. Em várias situações você precisa fazer contas com o número pi (3.1415…). Ao invés de você espalhar o número pi pelo seu código, fica mais fácil criar uma constante que possui como valor o número pi. Esta é uma boa prática de programação que inclusive ajuda na manutenção do código.

Bom, por hoje é isso.

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Colaborador: Antônio Júnior, Manaus, AM.

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Wagner Gaspar

Capixaba de São Gabriel da Palha, Espírito Santo. Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Amazonas e mestre em informática pela Universidade Federal do Espírito Santo.